Eu já perdi as contas de quantas vezes eu xinguei 2016. De quantas vezes eu o comparei com os piores momentos da minha vida. E eu peço desculpas pela minha leviandade e exagero. Pois exagero é o que eu sou! Coração, intensidade, sentimento. E o que mais teve em 2016 foi sentimento. Como eu poderia passar bem por um ano tão cheio de sentimentos se eu sou pessoa a quem eles controlam?
2016 foi o ano de ser controlada. E isso é tão, tão angustiante… Porque perder o controle é sempre cair. Mesmo que sejam bons os motivos e as paixões. Mesmo que valha muito a pena.
Eu xinguei esse ano como louca. Como se isso fosse mudar qualquer coisa… Apagar as lembranças. Curar as dores. Solucionar os problemas. Desarrastar meus caminhos.
É que eu tive um 2015 fantástico, onde eu senti que podia tudo. E então 2016 chegou cheio de tapa na cara, cheio de 7×1. E eu fiquei aqui, 12 meses lutando pra me levantar e dizer “bate mais que eu aguento”. E como 2016 bateu…
Mas agora são só mais 5 dias. Já dá pra respirar e enterrar as angústias. Já dá pra botar um sorriso no rosto e se preparar pra viver mais, pra aguentar mais, pra crescer mais, pra amar mais, pra sorrir mais.
Agora já dá pra falar de 2016, porque ele tá quase curando. E a gente já vê ali uma luzinha no fim do túnel. A gente já vê o quanto aprendeu e onde errou. Então vamo lá! Vamo lembrar de tudo, jogar tudo no chão, expor e deixar pra trás, de alma lavada.
Cara… que ano foi esse? Que ano difícil! Que ano maluco!
2016 eu quis voltar pra casa, mas eu respirei… respirei… não admiti e não pedi arrego. Essa é uma promessa que eu tenho comigo, não esmorecer! Eu contei umas mentiras pra mim pra aguentar o tranco. Sorte a minha ter amigos que mentiram junto.
E dos amigos… quanta mudança!!! A gente percebe que às vezes os trens de cada um vão pra lugares diferentes, desencarrilham, dão uma parada na estação da vida. E quando você sabe onde o seu trem deve ficar, você tem que aprender a aceitar… que talvez os lugares se tornem menos cotidianos e mais eventuais. Que talvez a gente precise de algumas viagens a mais.
Eu trabalhei pra caralho. Se eu pudesse escolher apenas duas palavras, seriam: loucura e trabalho. E olha que as duas costumam andar juntas também. Mas eu descobri que eu gosto! Eu descobri o que eu gosto de fazer, eu descobri algo em que eu sou boa, e eu passei a me divertir com essa loucura. Eu trabalhei pra caralho. E eu tive dimensão que eu preciso trabalhar ainda mais.
Em 2016 eu estabeleci um grande objetivo que parecia impossível. Os dedos das mãos são quase inúteis pra contar aqueles que acreditaram. Mas eu tentei, eu tentei muito! Eu fiquei sem chão, eu quase fiz acordo com a facilidade, eu chorei pra caramba, mas eu respirei mais uma vez. Respirei e confiei. Eu deitei a cabeça em colo de mãe e aceitei, com o coração, que tudo daria certo mais uma vez.
Eu achei o meu cantinho e ele é bem melhor do que eu sonhava. Agora eu tenho cortinas penduradas. Vários pedacinhos de quem eu sou espalhados por um lugar que é todinho aconchego.
Eu quebrei uma porrada de promessa. De 16 metas, sobraram 12. Tem outras tantas incompletas. Mas olha, eu fiz umas paradas grandes pra caramba. Eu dei um passinhos de elefante por aí.
Em 2016 eu briguei pra caramba. Eu briguei por um monte de coisa inútil. Eu deixei de brigar por outras coisas que eram mais importantes. Eu briguei comigo. Eu briguei com o mundo! Mas eu voltei a brigar… o que tem seu lado bom e seu lado ruim, como tudo na vida. E eu acho que se a gente for avaliar pelas minhas brigas, eu to mesmo é ferrada!
Eu escrevi muito! Eu falei de amor mais do que nunca. Eu falei de dor na mesma proporção. Coincidência? Eu acho que não!
Em 2016 eu me envolvi com gente que não tinha nada a ver, eu me apaixonei pela pessoa errada. Mais uma vez. E embora eu devia estar dizendo que “ninguém sabe o quanto eu estou sofrendo”, eu to preferindo olhar um pouco à frente. Eu vi que eu posso me apaixonar novamente. E eu vi o tanto que eu tenho que tomar cuidado com isso!
Entre mortos e feridos salvaram-se todos por aqui. Por enquanto. Entre maré baixa e mar bravio, eu sempre estive procurando mais! Tem hora que a gente aposta as fichas no cavalo errado. A gente mergulha confiante na onda que vai nos afogar. Mas eu continuei sendo aquela que vai! Aquela que enfrenta, que não tem medo. Eu continuei sendo aquela que “foda-se”… Let it go! Let it be!
Eu to me levantando mais uma vez, e eu sei o quanto eu me perdi. Talvez seja a hora de parar de cair.
“Oh take it all away
I don’t feel it anymore”
(William Fitzsimmons – I Don’t Feel it Anymore)
Sem comentários