Se você me perguntasse o que eu quero novamente, hoje eu te diria que o que eu quero é ficar aqui, jogada em minha cama nova e sentindo o cheirinho dos meus novos lençóis. Parece confortável! O que eu quero é não sair do quarto, ver luzes, ser sociável. Hoje, o que eu quero é continuar ouvindo a trilha sonora desse filme, enquanto os créditos sobem, até parar… E aí eu volto no início dos créditos de novo.
Eu nunca vou saber responder o que eu quero, mas eu costumo saber do que eu sinto. Das palavras que me atingem como pancadas, solitariamente. Não é que eu esteja deprimida, ou que eu seja triste, mas o sou às vezes. E às vezes quero acreditar em um mundo em que os sentimentos fossem mais parecidos com os meus.
Eu sinto tanto… De tudo… Tudo parece maior, e mais bonito, e mais cruel! Essas palavras que as pessoas dizem displicentemente… Essas ausências… E conhecer o lado bom se não vai ser bom todos os dias. Não é que eu não saiba lidar com a realidade, mas porque não podemos ser mais poéticos?
Se você me perguntasse o que eu quero novamente… Eu apenas quero ficar aqui, assim, confortável em mim! Mas estou feliz em saber que você vai chegar, e aí será confortável também! Porque você me entende como realmente sou. E você simplesmente está lá pra mim, sem nunca ter pedido nada! Temos nossos colos, nossas lágrimas secretas, nossa retaguarda… E temos todas essas nossas histórias que fazem de nós mais poéticos que os normais, meros mortais. E é por isso que a gente nunca está satisfeito com nada!
Se você me perguntasse o que eu quero novamente, meu amigo… Eu quero o impossível! E eu sei que você me entende!
“Quando Ismália enlouqueceu
Pôs-se na torre a sonhar
Viu uma lua no céu
Viu outra lua no marNo sonho em que se perdeu
Banhou-se toda em luar
Queria subir ao céu
Queria descer ao mar”(Alphonsus de Guimaraens – Ismália)
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