Ao amor que não tivemos
Às vezes precisamos deixar o outro ir… Seguir seu caminho… Precisamos nos libertar dessas amarras que fingimos não criar.
Ninguém acreditou que a gente iria durar… A gente sempre soube que tinha uma hora marcada pra acabar. Um prazo de validade. E ele chegou mais calmo e centrado do que pensei que a gente iria ser. Ele chegou mais maduro do que nós, pequenos furacões ambulantes, somos de fato.
Acho que isso significa carinho. Respeito. Significa que ao contrário do que todos esperavam, nós nos conhecemos muito além do que aparece pra eles. Nós nos gostamos de fato!
E por isso, ao amor que não tivemos eu devo algumas confissões.
Eu passei a vida metendo os pés pelas mãos, batendo a cara na parede e dizendo que eu não me importava nem um pouco. Você é o erro do qual eu não me arrependo! E mais! Você é o erro que nunca foi um erro!
De todos os meus não-relacionamentos você foi o que aconteceu melhor. Foi o que tinha tudo pra ser um relacionamento de fato. Mas a gente se gostava o bastante pra não tentar arruinar tudo dessa forma.
De todos os meus não-relacionamentos, você foi o único que não deixou mágoas, buracos, perguntas mirabolantes e inseguranças bobas. Você foi o único que foi completo. E o único com quem fui completa também.
De todos os meus não-relacionamentos, você foi o único que acabou bem!
O amor que não tivemos deixou lembranças do amor que poderíamos ter. E que podemos ter daqui em diante, só que em caminhos diferentes.
Lembranças de momentos só nossos em que não existia um mundo lá fora. E eu gostava disso! Não te dividir e não dividir nossa vidinha juntos. Não explicar nada pra ninguém. Não dar nomes, horários, lugares e compromissos. Eu gostava de te tirar da civilização e te forçar a ser deserto. Mesmo sabendo que você aprendeu a ser assim comigo.
Lembranças de que fizemos tudo o que podíamos um pelo outro no curto espaço de tempo que teríamos. Da forma com que você quis me fazer feliz ao máximo que podia. Da forma como eu quis te ensinar que você não precisa carregar o peso do mundo nos ombros.
Quando penso nisso fico melosa, manteiga derretida como você sabe que sou. Acho que uma lágrima ou outra merece esse quase amor.
Mas o amor que não tivemos é pra ser alegre, divertido. É pra te fazer rir de como eu troco as palavras e de como não sei decidir nem o que quero comer. Pra te lembrar que eu sempre serei aquele capetinha dizendo que podemos nadar de noite. Que você pode tomar mais uma cerveja. Que a gente não precisa se alimentar bem todos os dias. Nem dormir uma longa noite de sono.
É pra te lembrar que você precisa fazer o que você quer HOJE! Que apesar de jovem, seus sonhos não têm todo o tempo do mundo pra acontecer. Eles só tem o hoje. Assim como nós sempre tivemos.
E eu ainda irei querer seus abraços sempre que puder. Ainda choramingarei colo quando estiver carente, descrente do mundo, querendo me casar como forma de resolver os problemas da vida. (Naquele drama totalmente sem sentido que você já conhece)
E os meus abraços continuarão sendo seus sempre que quiser. Com o colo para o qual você confessava os lados negros da vida, aqueles que você tenta esconder, e os puxões de orelha pra viver tudo que há pra viver.
E olha… Não se entristeça, não! Que eu não me entristeço também. Nosso tempo foi bom enquanto durou. Feito os amores postos como chama. Feito príncipe com uma maluca mimada, o vagabundo e a dama.
Foi desses que só deixaram boas lembranças.
Que seguiram bem.
Que acabaram bem.
Que não deixaram de ser amor!
P.s: A gente ainda pode se despedir mais vezes?
“We have changed but we’re still the same
After all that we’ve been through
I know we’re coolAnd I’ll be happy for you
If you can be happy for meSo far from where we’ve been
I know we’re cool”(Gwen Stefani – Cool)
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