Achei que estava doente!
Me sentia mal, sem saber como e nem porquê. Um quase enjoo, quase dor de barriga. Vontade de coisa nenhuma, corpo mole e escorregadio.
Achei que não aguentaria o passar das horas, que estava lento como tartaruga que acabou de acordar. Apesar de que, chegaria em casa e faria o quê? Não tinha remédio, eu sei! Nada que curasse essa dor leve porém ardida. Somente a cama limpa e o travesseiro de enfeite.
A dor não tinha nome e nem lugar definido. Hora doíam os braços, noutra hora o peito, acelerado. Vez ou outra o corpo estremecia. Depois sentia que o tempo estava quente demais.
Sentia-me doente, só isso!
O que poderia ser? Ardia, tremia, doíam os ossos e amolecia o corpo… desanimador como se eu não pudesse fazer mais nada para curar-me. E não podia!
Num aperto maior e uma respiração profunda de sentimentalismo barato diagnostiquei-me: Saudade!
Pois não há nada que não doa quando parte importante lhe falta.
“Mas o teu amor me cura
De uma loucura qualquer
É encostar no seu peito
E se isso for algum defeito
Por mim tudo bem”
(Lulu Santos – Tudo Bem)
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